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Abstract

“Inteligência Artificial já é realidade na saúde”, destaca Prof. Dr. Lucas Oliveira Junqueira e Silva

Lucas usa gravata e está sorrindo para foto, onde chamada diz "Inteligência Artificial já é realidade na saúde"

Cada vez mais integrada à rotina, a inteligência artificial já é uma realidade na área da saúde e suas aplicações devem se intensificar nos próximos anos. “Quem não dominar ao menos os princípios básicos de IA e as formas de aplicá-la para aumentar produtividade, tomada de decisão e atualização profissional, corre o risco de ficar para trás”, alerta o Prof. Dr. Lucas Oliveira Junqueira e Silva, médico, professor adjunto na Universidade Federal do Rio Grande do Sul e pesquisador colaborador do Departamento de Emergência da Mayo Clinic.


Fundador da DocDoor, uma plataforma que funciona como biblioteca digital de protocolos assistenciais interativos, Silva atua também como Chief Medical Officer na Care Intelligence, onde desenvolveu a LIVIA, assistente de IA criada para auxiliar médicos na tomada de decisão. “Como médico emergencista que segue atuando na linha de frente, tenho uma visão prática de como integrar a inteligência artificial ao cotidiano dos profissionais de saúde”, comenta.


A expertise do médico tem favorecido o desenvolvimento de soluções, como a DocDoor e a LIVIA. Mas qual deve ser o impacto dessas tecnologias no setor? Para ele, os processos ficarão mais ágeis, os diagnósticos serão mais precisos e o fator humano vai se fortalecer na prática profissional. “Teremos uma força de trabalho mais focada no cuidado direto ao paciente”, diz. Silva foi um dos palestrantes da última edição do AI Health Frontiers. Nesta entrevista, faz uma avaliação do cenário atual e apresenta as principais tendências no uso da IA.

 

Connext Health — Como a IA deve impactar a saúde nos próximos cinco a 10 anos?


Prof. Dr. Lucas Oliveira Junqueira e Silva — Acredito que, nos próximos cinco a 10 anos, a IA se tornará cada vez mais integrada aos processos de saúde, trazendo impactos significativos na rotina dos profissionais. Primeiramente, a automação de tarefas repetitivas e a análise inteligente de dados vão liberar tempo dos médicos e equipes para se dedicarem mais ao atendimento humanizado e a casos complexos.


Além disso, a IA poderá diminuir a chance de erros clínicos ao fornecer recomendações baseadas em grandes bases de conhecimento e padrões de evidência, o que é especialmente valioso em cenários de alta demanda ou com recursos humanos escassos.


Outro ponto importante é que o avanço da IA está “pressionando” gestores a investirem em centros de ciência de dados e infraestrutura tecnológica mais robusta, algo essencial para que essas soluções sejam escaláveis e seguras.


Em resumo, teremos processos mais ágeis, diagnósticos mais assertivos e uma força de trabalho mais focada no cuidado direto ao paciente.

 

Connext Health — Como você atua com IA e quais os benefícios gerados?


Silva — Eu respiro IA todos os dias no desenvolvimento da LIVIA, uma assistente 100% brasileira criada para auxiliar médicos na tomada de decisão. Como médico emergencista que segue atuando na linha de frente, tenho uma visão prática de como integrar a inteligência artificial ao cotidiano dos profissionais de saúde.


A LIVIA nasceu pensando nos recursos limitados e nos desafios de acesso à saúde típicos do Brasil, unindo uma base robusta da literatura médica aos insights de especialistas. Assim, tanto o médico individual tem suporte para tomar decisões mais embasadas em evidências, quanto gestores e hospitais conseguem adaptar a ferramenta às especificidades regionais, promovendo um cuidado mais assertivo e seguro.

 

Connext Health — Conte nos um pouco sobre a sua trajetória e como chegou a IA?


Silva — Minha trajetória foi muito influenciada pela prática em medicina de emergência e pela pesquisa clínica, onde desde cedo me interessei por machine learning e modelos de predição.


Sempre acreditei que a IA teria um papel cada vez maior na saúde, e isso se tornou ainda mais evidente nos últimos três anos, com a chegada dos modelos de linguagem como o GPT e o avanço do poder computacional (GPUs). Tecnologias que antes eram apenas ideias passaram a ser viáveis, especialmente no contexto brasileiro.


Em 2021, fundei a Docdoor, uma plataforma de curadoria médica, e em 2024, em parceria com a Care Intelligence, desenvolvemos a LIVIA, consolidando esse sonho de integrar IA ao cotidiano dos profissionais de saúde.

 

Connext Health — Na educação de profissionais de saúde, médicos e lideranças, porque é importante saber e conhecer mais sobre IA?


Silva — A inteligência artificial já é uma realidade no setor de saúde. Quem não dominar ao menos os princípios básicos de IA e as formas de aplicá-la para aumentar produtividade, tomada de decisão e atualização profissional, corre o risco de ficar para trás.


O conceito do profissional ou líder “híbrido” — que combina conhecimento humano com ferramentas de IA — já não é futuro, é o presente. Por isso, investir em educação e familiarização com essas tecnologias é fundamental para se manter competitivo e prestar um cuidado de excelência.

 

Connext Health — Quais são os principais insights sobre IA e inovação na área da saúde para 2025?


Silva — Em 2025, a IA deve se tornar ainda mais presente na prática clínica e na gestão dos serviços de saúde. Modelos avançados de linguagem e aprendizado de máquina vão auxiliar em tarefas como documentação, anamnese automatizada e principalmente na triagem e classificação de risco nos pronto-atendimentos, ajudando a reduzir filas e identificar rapidamente os casos mais urgentes.


Também veremos um salto na integração de dados, com prontuários, históricos e exames consolidados em um só lugar, permitindo recomendações de diagnóstico e tratamento mais personalizadas.


Além disso, ferramentas de análise preditiva e gestão hospitalar devem otimizar recursos e reduzir custos, trazendo maior eficiência ao sistema. No entanto, com esse crescimento acelerado, aumenta a preocupação com a regulação, a ética e a privacidade dos dados, o que exige um debate contínuo para garantir transparência e segurança no uso dessas tecnologias.

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